De Revista Desidades (texto também em espanhol /PDF con el texto en español)
“Nas últimas três décadas teve lugar um contínuo crescimento do campo dos estudos sobre infância a partir de aportes de diversas disciplinas (antropologia, psicologia, sociologia, filosofia, história), tanto no plano teórico-conceitual como no metodológico. Nesse contexto, tem-se destacado com insistência a omissão dos sujeitos infantis em algumas teorias sociais clássicas e contemporâneas, sendo oferecidos argumentos para revisar e questionar essas omissões a partir de novos olhares dos diversos desenvolvimentos teóricos.
Em especial, entre os debates e novos olhares, destacam-se as discussões sobre a agência infantil –especialmente no caso de sujeitos juridicamente menores; a cidadania e a participação das crianças em contextos públicos e privados; a temporalidade supostamente linear da subjetividade que emerge das concepções tradicionais do desenvolvimento infantil; os direitos humanos na infância, levando em conta a diversidade e a desigualdade de contextos e situações em que as crianças moram e transitam; e o papel da infância como instituição social e cultural nos processos políticos contemporâneos.
A vigência e necessidade desses debates materializou-se na proliferação de espaços acadêmicos de discussão no nível internacional (simpósios, congressos, cursos, seminários, publicações periódicas) de caráter disciplinar e também transdisciplinar. A construção do campo de estudos da infância permitiu ampliar o olhar para sujeitos e espaços antes invisibilizados, ao mesmo tempo que levou –como contrapartida – a um certo isolamento das produções específicas sobre a infância em relação a aquelas que abordam “o mundo adulto”. Nesse sentido, ao mesmo tempo que a consideração das crianças como agentes e participantes plenos nas sociedades e comunidades tem sido documentada e defendida por numerosos pesquisadores, a focalização nas crianças conduz, em alguns casos, a perder de vista a perspectiva intergeracional e contextual, tão importantes para a análise da vida social.
Constatar esse perfil em numerosas pesquisas e enfoques sobre a infância nos levou a propor uma mesa redonda no marco do Primeiro Congresso Latino-americano de Teoria Social. Por que a Teoría Social? As possibilidades críticas das abordagens clássicas, contemporâneas e emergentes1 (Buenos Aires, agosto de 2015). Essa mesa redonda, denominada “As crianças nos debates teóricos clássicos e contemporâneos nas ciências sociais (ou o que podem ensinar as crianças aos cientistas sociais?)”2, teve como intuito central lançar um diálogo sobre as preocupações teóricas suscitadas a partir da problematização da infância e de suas singularidades, sem renunciar à necessária integração dos estudos com e sobre crianças em debates mais amplos em torno de diversos processos e problemáticas socioculturais. Os intercâmbios e discussões que ali se geraram deram lugar a este dossiê, que reúne alguns dos trabalhos apresentados nessa oportunidade ..”
O texto completo em portugués e espanhol em http://desidades.ufrj.br/editorial/editorial-11/
O autores:
Pablo De Grande – Instituto de Investigación en Ciencias Sociales – Facultad de Ciencias Sociales – Universidad del Salvador, Buenos Aires, Argentina/Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Tecnológicas (CONICET)
Valeria LLobet – Centro de Estudios en Desigualdades, Sujetos e Instituciones – Universidad Nacional de San Martín, Buenos Aires, Argentina / Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Tecnológicas (CONICET)
Carolina Remorini – LINEA – Facultad de Ciencias Naturales y Museo – Universidad Nacional de La Plata, Argentina / Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Tecnológicas (CONICET)
“Nas últimas três décadas teve lugar um contínuo crescimento do campo dos estudos sobre infância a partir de aportes de diversas disciplinas (antropologia, psicologia, sociologia, filosofia, história), tanto no plano teórico-conceitual como no metodológico. Nesse contexto, tem-se destacado com insistência a omissão dos sujeitos infantis em algumas teorias sociais clássicas e contemporâneas, sendo oferecidos argumentos para revisar e questionar essas omissões a partir de novos olhares dos diversos desenvolvimentos teóricos.
Em especial, entre os debates e novos olhares, destacam-se as discussões sobre a agência infantil –especialmente no caso de sujeitos juridicamente menores; a cidadania e a participação das crianças em contextos públicos e privados; a temporalidade supostamente linear da subjetividade que emerge das concepções tradicionais do desenvolvimento infantil; os direitos humanos na infância, levando em conta a diversidade e a desigualdade de contextos e situações em que as crianças moram e transitam; e o papel da infância como instituição social e cultural nos processos políticos contemporâneos.
A vigência e necessidade desses debates materializou-se na proliferação de espaços acadêmicos de discussão no nível internacional (simpósios, congressos, cursos, seminários, publicações periódicas) de caráter disciplinar e também transdisciplinar. A construção do campo de estudos da infância permitiu ampliar o olhar para sujeitos e espaços antes invisibilizados, ao mesmo tempo que levou –como contrapartida – a um certo isolamento das produções específicas sobre a infância em relação a aquelas que abordam “o mundo adulto”. Nesse sentido, ao mesmo tempo que a consideração das crianças como agentes e participantes plenos nas sociedades e comunidades tem sido documentada e defendida por numerosos pesquisadores, a focalização nas crianças conduz, em alguns casos, a perder de vista a perspectiva intergeracional e contextual, tão importantes para a análise da vida social.
Constatar esse perfil em numerosas pesquisas e enfoques sobre a infância nos levou a propor uma mesa redonda no marco do Primeiro Congresso Latino-americano de Teoria Social. Por que a Teoría Social? As possibilidades críticas das abordagens clássicas, contemporâneas e emergentes1 (Buenos Aires, agosto de 2015). Essa mesa redonda, denominada “As crianças nos debates teóricos clássicos e contemporâneos nas ciências sociais (ou o que podem ensinar as crianças aos cientistas sociais?)”2, teve como intuito central lançar um diálogo sobre as preocupações teóricas suscitadas a partir da problematização da infância e de suas singularidades, sem renunciar à necessária integração dos estudos com e sobre crianças em debates mais amplos em torno de diversos processos e problemáticas socioculturais. Os intercâmbios e discussões que ali se geraram deram lugar a este dossiê, que reúne alguns dos trabalhos apresentados nessa oportunidade ..”
O texto completo em portugués e espanhol em http://desidades.ufrj.br/editorial/editorial-11/
O autores:
Pablo De Grande – Instituto de Investigación en Ciencias Sociales – Facultad de Ciencias Sociales – Universidad del Salvador, Buenos Aires, Argentina/Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Tecnológicas (CONICET)
Valeria LLobet – Centro de Estudios en Desigualdades, Sujetos e Instituciones – Universidad Nacional de San Martín, Buenos Aires, Argentina / Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Tecnológicas (CONICET)
Carolina Remorini – LINEA – Facultad de Ciencias Naturales y Museo – Universidad Nacional de La Plata, Argentina / Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Tecnológicas (CONICET)